Um dia a gente olha pra si mesmo e percebe que passou a questionar tudo: de onde viemos e pra onde vamos; quais são nossos fantasmas e por que nos assombram; por que gostamos do que gostamos e somos o que somos; se o que conquistamos reflete todo nosso esforço e merecimento ou ainda é pouco.
De tanto questionar, algumas explicações já não nos bastam: são preciso muito mais do que respostas prontas e empoeiradas para nos convencer do que quer que seja.
De uns tempos pra cá venho repensando, além de muitas coisas na minha vida, minha relação com a comida, mais precisamente com o consumo de carnes. E tudo começou com o fato de questionar.
Um dia acordei e percebi que justificativas como “comer carne é parte da nossa cultura”, “precisamos das vitaminas da carne” ou qualquer outra coisa do tipo já não me satisfaziam. Eu precisava entender o porquê das minhas atitudes, e como minhas escolhas impactavam não só a mim, mas ao meio em que estou inserida. Não demorou muito para que entrasse nesse universo de crueldade no abate e impactos no meio ambiente, inevitáveis para quem quer se aprofundar no assunto.
Dói, não vou mentir. É difícil de digerir.
Comecei seguindo alguns perfis no Instagram e li o livro Porque Amamos Cachorros, Comemos Porcos e Vestimos Vacas, chorei muito e tive pesadelos por noites seguidas. Eu já sabia que os meios pelos quais um animal chega à nossa mesa eram cruéis, mas vivia em negação, como a maioria faz. Mas a partir do momento em que decidi questionar, ficou difícil voltar atrás e ligar o botão da apatia novamente.
Não vou ser hipocrita, ainda como carne. É difícil abandonar em definitivo algo que nos acompanha desde sempre. Mas tenho diminuído o consumo. E pretendo um dia, quem sabe, nunca mais consumir. Não tenho ilusões quanto ao caminho: será difícil e fracassarei muitas vezes, e minha decisão por si só não resolverá o problema nem me trará todo o consolo que gostaria. Mas tenho esperança em dias melhores. E no tanto de gente que assim como eu, decidiu questionar o sistema.
Uma coisa eu digo: uma vez que você para de aceitar as respostas prontas que o mundo te deu por anos, entende que há muitas peças que não se encaixam no seu quebra-cabeças. Não somente com relação a comida, mas a qualquer coisa que sempre acreditou e de repente podem não ser tão certas como sempre pareceram.
Te convido a ler um pouquinho sobre essa questão do consumo desenfreado de carne. Não precisa, assim como eu, tentar parar de comer. Mas quem sabe diminuir, por que não? É bom pra você, para os animais e para o planeta em que vivemos.
Questione. Não aceite qualquer reposta. Vá mais longe.
Falafel
Esse salgadinho, muito comum no oriente médio, além de não levar nenhum ingrediente de origem animal, é gostosos, econômico e saudável. Ótimo para ser servido como prato principal ou lanche.
Ingredientes:
2 xicaras de grão de bico cozido
1/2 xicara de cebola picada
2 dentes de alho picados
1 xicara de salsinha e cebolinha picadas
1/2 colher (chá) de pimenta do reino moida
1/2 colher (chá) de cominho moido
1 colher (chá) de sal
2 colheres (sopa) de azeite
1/3 de xicara de amido de milho
Óleo para fritar os bolinhos
Preparo:
Em um processador triture o grão de bico até formar uma pasta. Reserve em uma tigela. Processe então os demais ingredientes e junte ao grão de bico, misture bem. Incorpore também o amido de milho. Reserve a massa na geladeira por 30 minutos. Faça bolinhas, achate-as levemente e frite em óleo bem quente até dourarem dos dois lados. Você pode congelar os bolinhos antes de fritar e também fazê-los assados.
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